PF Araruama Funeráriano no esquema
A inspetora da Polícia Civil, que está entre os 12 presos, contribuía orientando o grupo para não chamar a atenção da polícia.
Segundo a polícia, ela era namorada de um dos sócios da Funerária Araruama Ltda., na Região dos Lagos, que funcionava como base da organização. O sócio, identificado como Silvio, está foragido. O outro proprietário do estabelecimento era Paulo que, além das namoradas, contava com a ajuda de cinco servidores da Previdência Social e uma estagiária.
“Eles eram responsáveis por inserir dados falsos no sistema do INSS e eram lenientes na comprovação de autenticidade dos documentos apresentados para requerer benefícios”, afirmou o delegado Alex Bersan, da delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev).
Segundo as investigações, as namoradas de Paulo e a mãe de uma delas eram encarregadas de guardar os documentos falsos. Um funcionário do Banco do Brasil, outro da Caixa Econômica Federal e um servidor da prefeitura de Araruama recebiam propinas para ajudar a quadrilha a ocultar as fraudes.
A operação começou após seis meses de investigação. A Deleprev recebeu o apoio da Assessoria de Pesquisa Estratégica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as primeiras informações, o grupo atuava desde o final da década de 1990, mas a maioria dos saques teria acontecido a partir de 2007.
Segundo a Polícia Federal, a investigação indicou supostas ilegalidades no requerimento, na concessão e no saque de benefícios assistenciais e previdenciários, principalmente pensões por morte, por intermediários e servidores da Previdência Social, utilizando, a princípio, dados de pessoas falecidas ou inexistentes.
Foram expedidos treze mandados de prisão temporária, além de 24 mandados de busca e apreensão pela prática dos crimes de estelionato, inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha. Cerca de cem policiais participam da operação. Eles cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão na Região dos Lagos, e em bairros no subúrbio do Rio.
Comentários