A guerra pela sardinha


Os pescadores do Rio estão em pé de guerra com o Ministério da Pesca. Caravanas de várias partes do estado seguem hoje para Niterói, onde vão se reunir no sindicato da categoria. Juntamente com os donos de barcos (armadores), os trabalhadores estão revoltados com o órgão, que, segundo eles, não está liberando as permissões necessárias para a pesca da sardinha. Eles temem um colapso do setor no estado do Rio, que é o segundo maior produtor de pescado do Brasil só perdendo para Santa Catarina.

Segundo o subsecretário de Pesca de Angra dos Reis, Humberto Martins, somente no município 2.405 pescadores podem continuar de braços cruzados após o dia primeiro, quando termina o período de defeso da sardinha.

Há 19 anos na pesca, o armador Marco Antonio Peixoto da Fonseca, que tem cinco embarcações e 92 pescadores empregados em Itaguaí, diz que os trabalhadores estão apavorados e temerosos com o futuro:

- Até o ano passado, tínhamos permissão para pescar outras espécies na época do defeso. Agora, os pescadores estão há 45 dias sem trabalhar e sem perspectiva de voltar ao trabalho em agosto.

Além de Angra e Itaguaí, profissionais de Paraty, Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e Arraial do Cabo também dizem que não estão conseguindo a licença por causa da burocracia.

- Há muita lentidão na renovação das licenças. As embarcações não podem ficar paradas. Falta agilidade ao Ministério, que ainda tem uma estrutura deficiente por ser uma pasta nova que tem uma demanda muito grande. Além disso, a pesca é no litoral e toda a burocracia fica centralizada em Brasília - reclama o diretor do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio, Flávio Leme.

Segundo Flávio, durante a reunião desta quinta-feira, eles vão discutir o problema da falta de infraestrutura da pesca no Estado do Rio:

- Nós sofremos com a falta de infraestrutura para atracação dos barcos e desembarque do pescado. Tudo é feito de forma precária e improvisada. Não temos marinas para manter os barcos abrigados - lamentou.

De acordo com o secretário, o Ministério está estudando alterar as permissões provisórias para o período do defeso. Ele explica que o órgão pretende acabar com essas autorizações provisórias e passar a emitir para cada barco a permissão principal e a secundária.

Fonte: O Globo.com

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